CONFISSÕES DE PROFESSORA: CUIDO DE 30 CRIANÇAS DE 5 ANOS SOZINHA E FICO COMPLETAMENTE EXAUSTA


A gente não tem dúvidas de que se rolasse um ranking de importância nas profissões que existem na vida, os professores estariam no primeiro lugar. Até porque pra ser médico, jornalista, advogado ou qualquer outra coisa, você PRECISA de um professor pra ajudar. O único problema é que nem sempre eles são valorizados e o desabafo dessa professora da educação infantil que preferiu não ser identificada mostra EXATAMENTE isso. Dá uma olhada!
“Eu decidi ser professora com uns 8 anos de idade. Eu estudava de manhã e sempre que eu chegava da escola ia junto com uma tia minha dar aula. Ajudava a encapar cadernos, colar os deveres e comecei a me acostumar com a situação. Era uma coisa tão certa que a minha família me incentivava. Meu pai chegou até a me dar uma lousa numa época pra eu brincar de dar aula. 
Sou professora da educação infantil há 16 anos, desde 2001. Este ano o problema é que a Secretaria de Educação da minha cidade ia abrir quatro turmas de pré II na escola em que eu dou aula, mas só abriram três. A quantidade de alunos não diminuiu porque nós precisamos atender à demanda da região carente onde a escola fica e, por isso, cada uma dessas três turmas têm 30 crianças numa média de 5 anos de idade. E só uma professora pra cada!
Com a superlotação, todo mundo sai perdendo. Qualquer criança normal fica bem agitada quando tem companhia, acabam fazendo muita bagunça e não obedecem como deveriam. É bem difícil contar uma história, falar com calma... No fim do dia fico completamente exausta porque, como eles não são alfabetizados, muitas atividades pedem que eu dê atenção individual a cada um. Fazer isso sozinha é bem complicado. Nós já fomos reclamar do número de crianças na secretaria de educação do nosso município, mas eles fizeram descaso. Disseram que TEM QUE SER esse número de alunos por sala porque o público precisa.
Do lado das crianças, isso atrapalha no aprendizado. Pra mim o ideal era que a turma fosse de 20 alunos no máximo. Assim dá pra garantir pelo menos uma pré-alfabetização, como consegui fazer no ano passado com uma turma menor. Boa parte dos alunos saiu bem preparada pro primeiro ano e a professora que tá com eles agora tá amando isso!
O que eu sonho pra educação no futuro é, antes de tudo, a valorização do professor. A gente não tem suporte nenhum e, vira e mexe, precisamos pagar algumas coisas do nosso bolso com o salário que não é dos melhores [se você tá nessa vibe, pode usar as nossas dicas pra tentar pedir um aumento!]. Seria um estímulo ser valorizada. Enquanto isso não acontece, a gente continua trabalhando por amor mesmo.”

Comentários

  1. Nosso governo está falido, não nos ouve, não se importam com que passamos dentro de sala de aula, passei 32 anos reclamando da educação sobre todos os aspectos, acabei me aposentando e não vi quase nada melhorar, desses 32 anos, 22 foram com alfabetização, trabalhei com muito amor pela profissão, porque assim como você, me decidi aos 6 anos que iria ser professora, quando a minha professora me deu uma reguada na mão por ter errado a letra A. Enfim, que Deus dê sabedoria a essas pessoas, para a educação não se afundar mais ainda.

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  2. Sou do interior do Estado de São Paulo e a situação é a mesma, infelizmente no Pré II da Rede Municipal nunca existiu sala com menos de 30 alunos podendo aumentar esse número dependendo da demanda, estagiário só para poucos alunos inclusos! Triste nossa situação e infelizmente está caminhando para pior!

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  3. Também passo pela mesma situação. Tenho 35 alunos e só tenho um ano e meio de atuação. Realmente é desumano!

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  4. Parabéns para a professora.
    Estou do lado dela, acho que se debe fazer parcerias com os pais para exigir as autoridades qualidade na educação, começando pela quantidade de alunos por turma.
    Abraço

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